O muro, Céline Fraipont

    "O Muro é uma história poética, forte e pungente, desfiada por um desenho frio como o toque de um bisturi, que arrasta o leitor pelos caminhos obscuros de uma adolescência problemática ao som do punk rock. Estamos em 1988. Numa monótona cidadezinha do interior belga, Rosie, uma menina de 13 anos, se vê entregue à própria sorte: sua mãe fugiu com outro homem numa aventura amorosa, e seu pai vive mergulhado no trabalho. Roída por uma rotina morna e vazia, Rosie fica completamente desorientada. Assiste, impotente, à transformação de sua personalidade, ora apavorada, ora determinada, diante da melancolia que a invade e traça os contornos de sua nova vida."

   Título:  O muro | Autor: Céline Fraipont | Editora: Nemo | Ano: 2015 | Páginas: 192 | Nota: 4/5 | Skoob
    Recentemente eu resolvi apostar mais na leitura de Graphic Novels e quadrinhos em geral, como vocês devem ter visto eu resenhei A Piada Mortal (veja aqui) e estou iniciando a leitura do Universo DC Renasce de alguns personagens, mas por quê não me aventurar além disso? O Muro é uma GN que tem chamado minha atenção há algum tempo e só agora eu tive a oportunidade de ler. Escrita por Céline Fraipont e Ilustrada por Pierre Baily.      A história se passa nos anos 80, mas por se tratar de um tema muito universal, poderia se passar em qualquer outra época. Porém o que deu charme à narrativa foi exatamente o clima do final dos anos oitenta devido as referências, como por exemplo o movimento punk rock: Ramones; Raperman; The Vibrators; The Cure...      Numa cidadezinha da Bélgica, o tal muro se encontra numa praça da vizinhança e acaba sendo uma válvula de escape para Rosie, uma garota de 13 anos prestes à entrar para a adolescência, sufocada pelo cotidiano e marcada pela sua família completamente disfuncional. A mãe que decide ir embora com um novo namorado para outro país e o pai que passa o tempo todo no trabalho. É no muro em que ela troca confidências com a melhor amiga, é lá que passa o tempo nos dias maçantes e conhece Jo, um garoto fissurado em rock, que acaba por mudar toda a sua vida.      A Graphic chama atenção para a construção da personalidade de uma pessoa e os desafios que enfrentamos na adolescência. Desde a briga com a amiga, o primeiro amor, o primeiro contato com as drogas e diversos outros conflitos que marcam essa época. Apesar de alguns clichês, é uma leitura sensível e questionadora. Que gera empatia, desde o primeiro momento.      Melancólica, triste e verdadeira a Graphic me conquistou. É uma boa leitura e se torna bem mais profunda do que parece inicialmente. Uma ótima dica pra quem gosta de HQ ou pra quem queira começar a ler mais quadrinhos.